domingo, 3 de maio de 2009

A lição do Santo Condestável

Por mais que alguns queiram desvalorizar, Portugal e os portugueses viveram domingo um dos dias mais felizes da sua história de quase nove séculos.
Com Nuno Álvares Pereira foi colocada nos altares uma das matrizes do povo português, a sua generosidade por força do exemplo de "igualdade fraterna" que a sociedade actual tanto exige.
Além do destaque às virtudes militares do Condestável Nuno Álvares Pereira, que são os faróis a iluminar quem detém o poder, Portugal celebrou ontem a "paixão e despojamento" de quem deu os seus bens aos mais desfavorecidos".
Os portugueses celebraram domingo o seu novo santo, que era nobre e rico mas marcou a sua vida com a dádiva de grandes ofertas aos pobres, tratando-os a todos como "membros da única família humana".
De facto, o Condestável era o homem mais rico de Portugal do seu tempo e "por amor de Deus fez-se pobre, inteiramente pobre" e distribui todos os seus bens pela Igreja, pelos pobres, pela família e pelos antigos companheiros de armas.
O Santo Condestável não é um santo do poder ou do milagre que deu a visão a uma mulher porque antes de ser um santo reconhecido pela Igreja foi um santo do povo, um homem simples, um homem humilde, um grande chefe militar da história portuguesa e uma figura incontronável da nossa história.
São Nuno Álvares Pereira afirma-se assim como um farol para as chefias militares, para que exerçam as suas funções como "poderes de serviço" e não de "mando"
O Condestável impõe aos militares e seus comandantes "valores de serviço a ideais superiores de bem-estar, paz e liberdade" e "serviço ao país e à sociedade".

(Retirado do Jornal Correio do Minho a 28/Abril/2009